Veja abaixo alguns destaques baseados no documentoUnderstanding the Brain: The Birth of a Learning Science, da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), elaborado a partir de estudos e debates apresentados em três fóruns sobre neurociência cognitiva, também publicado em português pela editora Senac, com o títuloCompreendendo o Cérebro: Rumo a uma Nova Ciência do Aprendizado.
Interação social
A interação social é um aspecto muito importante de um ambiente estimulante ao aprendizado. As influências sociais têm um impacto direto no funcionamento ideal do cérebro para a aprendizagem. Algumas descobertas atribuíram um papel crucial à experiência social vivenciada desde cedo para o desenvolvimento de sistemas cerebrais subjacentes a aspectos-chave do comportamento social humano. Existem alguns estudos, ainda em fase inicial, que relacionam benefícios da observação das ações de outros no processo de aprendizagem. Revelações futuras na área de neurociência social poderão contribuir para a identificação de quais tipos de aprendizado se beneficiam mais da interatividade.
Nutrição
A capacidade de aprendizagem sofre influência da alimentação. Estudos mostraram que pular o café da manhã interfere na cognição e no aprendizado. Pesquisas também revelaram que não tomar café da manhã ou apenas ingerir uma bebida açucarada causa declínio de atenção e memória. Por outro lado, uma típica refeição matinal rica em carboidratos ajuda a manter a performance mental durante a manhã. Além disso, a presença de ácidos graxos essenciais (gorduras boas como Ômega-3) na dieta contribui para a saúde do cérebro.
Música
A música afeta algumas das capacidades de aprendizagem do cérebro, aumentando o tamanho do córtex motor e auditivo. Tocar, ouvir e criar música envolvem praticamente todas as funções cognitivas. Tendo em vista que emoções positivas contribuem para o aprendizado, a música pode funcionar como recurso para promover esses efeitos e facilitar o processo de aprendizagem.
Emoção
Especialistas das áreas de neurobiologia e educação analisam o aprendizado como uma troca multifacetada entre elementos cognitivos, emocionais e fisiológicos. As emoções são vistas como aspectos relevantes e inevitáveis da vida e do aprendizado. Controlar (ou regular) as emoções é uma das habilidades essenciais para se tornar um aprendiz eficiente. A autorregulação das emoções no contexto social do ambiente educacional é uma etapa importante do desenvolvimento de uma criança para se tornar um adulto responsável e bem-sucedido.
Estresse
Estados emocionais induzidos por medo ou estresse afetam diretamente a aprendizagem e memória. Estudos cerebrais mostraram como emoções negativas bloqueiam o aprendizado por meio de reações que afetam a amígdala, o hipocampo e os hormônios do estresse (glucocorticoides, epinefrina e norepinefrina). Um pequeno nível de estresse é necessário para a adaptação aos desafios do ambiente e pode conduzir a um processo melhor de cognição e aprendizagem, mas além desse patamar torna-se prejudicial tanto do ponto de vista físico quanto mental. Professores agressivos, situações de bullying e até materiais de difícil compreensão podem funcionar como agentes estressores.
Exercício físico
Ficou demonstrado que o potencial dos benefícios dos exercícios aeróbicos vai além da capacidade cardiovascular, pois também melhora a saúde do cérebro. Ainda são necessários mais estudos para compreender os mecanismos pelos quais os exercícios afetam as funções cerebrais para que programas de atividade física sejam incluídos no currículo escolar para aprimorar o aprendizado. Enquanto isso, é possível realizar pequenas ações que contribuem para o desempenho dos alunos, como aumentar a qualidade de ventilação do ambiente, abrindo as janelas de vez em quando, e fazer uma pausa para alongamento e respiração ao ar livre.
Brincadeira
O uso de brincadeiras e jogos pode fazer uma grande diferença em termos de motivação, seja por meio de contação de histórias ou algo que capture a imaginação dos alunos em sala de aula. Os jogos não apenas motivam como ajudam os estudantes a desenvolver a imaginação e uma postura ativa que impacta suas competências, habilidades e estratégias. O relatório da OCDE destaca a importância de aumentar o tempo dedicado a atividades recreacionais na escola.
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