Diversas avaliações nacionais do sistema educacional em larga escala produzem indicadores que revelam deficiências e acertos nas escolas públicas e privadas. Um desses instrumentos é a Provinha Brasil. Aplicada desde 2008, no começo e no fim do segundo ano do ensino fundamental das escolas públicas, o teste é um instrumento utilizado para avaliar o nível de alfabetização das crianças.
De posse dos resultados, professores e gestores da educação podem ajustar a prática em sala de aula ou mesmo redefinir estratégias de articulação com as políticas públicas para obtenção dos resultados propostos – no caso, a alfabetização até os oito anos de idade.
O papel da gestão na escola diante das avaliações foi o tema da mesa “Ler, escrever e contar: e se a escola não dá conta de garantir este aprendizado?”, realizada no 7º Congresso GIFE, evento em São Paulo que reuniu lideranças para debater novas perspectivas de ação para investidores sociais do setor privado.
Inês Miskalo, coordenadora da área de educação formal do Instituto Ayrton Senna e uma das debatedoras acredita que “não tivemos até hoje uma política de alfabetização de fato”. De acordo com ela, para que a gestão educacional no sistema público de ensino dê bons resultados, falta pensar a rede de forma sistêmica, considerando o contexto social de cada unidade escolar.
“Os problemas que uma escola enfrenta não são isolados. A política pública deve articular as iniciativas pontuais com ações que beneficiem a todos”, alerta. Ela afirma ainda que os resultados apontados pelos dados são tão importantes quanto os diagnósticos .
“De diagnósticos o país está bem suprido, só que muitas vezes o professor não sabe com quais resultados está alinhado”, pondera Miskalo. “Não dá para fazer planejamento igual para todo mundo. É fundamental integrar os processos no dia a dia para que a gestão passe a ser compartilhada”.
MEC
Recentemente, o ministro da Educação, Aloisio Mercadante, afirmou que o programa “Alfabetização na Idade Certa” é uma das prioridades do seu governo. Ele também anunciou possíveis alterações na Provinha Brasil, embora educadores defendam mudanças acompanhadas de outras medidas.
O colóquio contou também com a participação de Ana Lúcia Lima, do Instituto Paulo Montenegro, que falou sobre a Prova ABC. Realizada em parceria com a Fundação Cesgranrio, representada no evento por Vilma Fontanine, a avaliação verifica o nível de leitura, escrita e aprendizado de matemática de alunos que concluíram com êxito o 3º ano do Ensino Fundamental (antiga 2ª série).
Araly Palacios, do Instituto Razão Social completou a mesa para contar a sua experiência de campo nos estados em que atua.
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