É opinião que pega bem em certos ambientes falar mal do número excessivo de feriados brasileiros, em particular quando (azar dos azares!) permitem emendas e feriadões, terríveis fins de semana prolongados.
Como poderá o País crescer com essa quantidade indecente de feriados? O que será da escola com tantos feriados a interromper o ritmo do aprendizado? E, diga-se de passagem, para que tantos feriados religiosos cuja significação se perdeu? Por acaso (para citar antiquada devoção) o Corpus Christi (sempre às quintas-feiras) justifica um dia inteiro sem trabalho, bancos fechados, a interrupção das aulas em escolas e faculdades? A maioria (incluindo os católicos) não irá celebrar a data eucarística, não irá em busca do alimentado sagrado.
E será que nas casas brasileiras, no dia 7 de setembro, todos se levantam, ávidos para ouvir o Hino Nacional, comovidos com a lembrança dessa data em que a independência venceu a morte? E na data comemorativa da Proclamação da República, nosso coração bate mais forte? No dia 21 de abril alguém, sejamos honestos, chora a morte de Tiradentes e promete entregar o pescoço com igual patriotismo pela autonomia nacional?
Os temas que motivam os feriados despertam pautas na mídia. Essa mídia aproveitadora de feriados! A questão do racismo passou a ser abordada em todo dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, comemorado atualmente em mais de 700 cidades brasileiras. E a tendência é que esse número aumente. Mais um feriado a pesar em nossa consciência, dirão os escravos do trabalho sem descanso!
Questões em torno de reivindicações salariais costumam surgir por volta do 1º de maio, jornada em que os trabalhadores não trabalham para valorizar o trabalho. Que contradição, companheiro!
Feriados são ruins? Até mesmo aqueles que tanto reclamam dos feriados valem-se desses dias sem atividade para esquecer compromissos, descansar, passear, viajar. Queixam-se patrioticamente, mas também querem curtir as 24 horas de folga, fazendo tudo o que fazem os vagabundos que todos somos nesses dias.
E quem não gosta de um “feriadozinho” extra, como os que se comemoram em determinados Estados: a fundação de São Luís (8 de setembro, no Maranhão), o Dia do Piauí (19 de outubro), a revolução Farroupilha (20 de setembro, no Rio Grande do Sul)?
Chega de seriedade! Façamos a defesa dos feriados!
Feriado é dia de festejar. Feriado é bom, é humano, é vital.
Feriado é para conviver em família, rever os amigos e entender que um povo deve ter aniversários a comemorar.
Feriado é ocasião para refletir sobre os valores que estão “dentro” da data.
Todo feriado é dia de tomar consciência.
Nos feriados, eu fico lendo horas seguidas, até dizer chega!
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