Concurso educacional criado há 87 anos tem nova edição na quarta-feira.
São 278 candidatos entre 6 e 15 anos tentando soletrar palavras difíceis.
A edição de 2012 do Concurso Nacional de Soletração, a competição educacional mais antiga e conhecida dos Estados Unidos, começa nesta quarta-feira (30) com 278 candidatos e um recorde histórico: pela primeira vez desde 1925, uma criança de 6 anos se qualificou para competir. Lori Anne Madison, do estado de Virginia, que aprendeu a ler aos 2 anos e entrou no seu primeiro concurso de soletração aos 3 anos e meio, vai disputar o título com adolescentes de até 15 anos de idade.
De acordo com o site oficial da competição, 84% dos concorrentes nesta edição, vindos de todas as partes dos Estados Unidos e de outros oito países, têm entre 12 e 14 anos.
A qualificação de Lori, atualmente na segunda série do ciclo básico de ensino americano, foi conquistada na etapa regional em março, e a transformou em uma celebridade instantânea no país, já que o concurso tem tanta popularidade que é transmitido ao vivo pela televisão a cabo.
O assédio fez com que ela decidisse parar de visitar estúdios de notícias para dar entrevistas. Lori aceitou falar com a Associated Press durante um piquenique com outras crianças prodígio que, como ela, são educadas em casa, pelos pais. "Eu não gosto muito [de entrevistas]. Eu pedi para não dar mais entrevistas, mas a mídia parece que está me desobedecendo, e por isso estamos procurando por caracóis e lesmas agora", disse ao repórter, em tom autoritário.
Falando com fluência e enorme rapidez, ela explicou que sua palavra favorita de soletrar é "sprachgefuhl" (vocábulo de origem alemã que, segundo o dicionário Merriam-Webster, significa "um sentido intuitivo sobre o que é linguisticamente apropriado"). Depois de pensar por alguns segundos, a garota conseguiu, inclusive, soletrar a palavra de trás para frente. "É ainda mais doida de trás para frente", disse ela, antes de voltar a procurar molucos à beira do rio.
Astrobióloga
Além da soletração, Lori também coleciona feitos em outras áreas, como a natação, que ela pratica quatro vezes por semana, sonhando em chegar ao nível olímpico. A pequena diz que pretende seguir a carreira de astrobióloga e descobrir novas formas de vida. "Vou catalogar e descobrir formas de vida. E, além disso, planetas alienígenas são novidade", explicou.
A precocidade da menina fez com que os pais passassem a receber olhares atravessados em bibliotecas desde a primeira infância de Lori. A mãe dela, a professora universitária Sorina Madison, precisou largar o emprego para educar a filha, depois que um colégio particular destinado a crianças superdotadas recusou a matrícula de Lori com a justificativa de que ela ficaria muito à frente dos colegas.
"É como se ela fosse uma adolescente dentro do corpo de uma criança de 6 anos. Seu cerébro, ela entende coisas muito avançadas para sua idade", afirmou Sorina.
Concurso
Os competidores são chamados um por um ao microfone e recebem uma palavra que precisam soletrar em voz alta. Eles podem receber dicas, como a origem etimológica e o significado da palavra. Porém, se erram a soletração, são eliminados. Vence quem permanecer na competição durante o maior número de rodadas.
Não há grandes chances de que Lori vença o concurso, que consiste na etapa preliminar, durante toda a quarta-feira, uma semi-final e a grande final, que acontecem respectivamente na manhã e na noite da quinta-feira (31). Afinal, os adolescentes se preparam por meses durante várias horas ao dia para a competição, que neste ano acontece no estado de Maryland.
"Ela não se senta na mesa por horas para estudar nada. Quer dizer, ela tem 6 anos. Ela ainda tem 6 anos e queremos permitir que ela tenha 6 anos", explicou a mãe de Lori, que se prepara para o concurso pulando na cama elástica enquanto Sorina lhe dá palavras para soletrar.
Fonte: http://g1.globo.com
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