quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Os sons e o cérebro


Por meio da música os alunos podem aprender a sentir, a expressar e a pensar as manifestações sonoras, tão presentes no cotidiano e sempre em transformação 

Antes mesmo de nascer, o bebê já é capaz de escutar. A partir do quinto mês de gestação, ele ouve as batidas do coração da mãe (além de todos os outros barulhos do organismo) e reconhece a voz dela. E reage a esses estímulos, virando a cabeça, chutando ou mexendo os braços, além de ficar com o coração batendo mais rápido. O bebê nasce, cresce, torna se adulto e os sons continuam a provocar essas e outras reações mais sofisticadas: eles evocam memórias e pensamentos, comunicam, provocam sensações, emocionam e movimentam.  
Desde os tempos mais remotos, o homem percebeu todo esse potencial. Usando os materiais que tinha à disposição (pedras, ossos, madeiras, o próprio corpo e a voz), ele foi combinando sons e silêncios das mais diversas maneiras. Assim surgiu a música. Em sua origem, ela era usada para venerar a natureza e os deuses e para conectar o ser humano com forças maiores, envolvendo realidade, magia e crenças. Até hoje ela é responsável pela criação dos mais diferentes sentidos e significados.

Mas por que a música mexe tanto com o ser humano? O som é uma vibração que se propaga no ar, formando ondas sonoras que são captadas por nosso sistema auditivo. Depois de transformadas em impulsos elétricos, elas viajam pelos neurônios até o cérebro, onde são interpretadas. Lá, elas chegam primeiro a uma região onde são processadas as emoções e os sentimentos, antes de serem percebidas pelos centros envolvidos com a razão. E, quando isso acontece, ocorre a liberação de neurotransmissores responsáveis por deixar os circuitos cerebrais mais rápidos.

Por isso, o pesquisador americano Howard Gardner, autor da teoria das inteligências múltiplas, afirma que a habilidade musical é tão importante quanto a lógicomatemática e a lingüística por auxiliar outros tipos de raciocínio. Pesquisas na área de neurociências comprovam que a memória, a imaginação e a comunicação verbal e corporal ficam mais aguçadas nas pessoas que escutam, estudam e praticam música.

A música é uma das linguagens que o aluno precisa conhecer, mas não somente por essas características. A maior razão é ele poder aprender a sentir, a expressar e a pensar as manifestações sonoras, tão presentes no cotidiano e sempre em constante transformação - como pode ser observado na linha do tempo
deste pôster. As imagens de instrumentos e os diversos ritmos e notações musicais podem ser relacionados com outras manifestações culturais, como a dança e o teatro, e permitem uma análise global da evolução do pensamento humano e suas manifestações.  
"Houve e há, apesar das desordens que a civilização traz, pequenos povos encantadores que aprendem música tão naturalmente como se aprende a respirar. O seu conservatório é o ritmo eterno do mar, o vento nas folhas e mil pequenos ruídos que escutaram com atenção, sem jamais terem lido despóticos tratados" 

Claude Débussy (18621918), compositor francês
Na escola

Educação Infantil 


Na creche e na pré-escola, a criança precisa ser orientada a: 


• Produzir sons com a voz, o corpo, o entorno e com materiais diversos.

• Organizar sons e silêncios em linguagem musical.
• Interpretar músicas e canções de diversas culturas e épocas.
• Participar de jogos e brincadeiras musicais.
Ensino Fundamental 

O aluno de 1ª a 8ª série precisa aprender a:


• Ter contato com a linguagem musical.

• Utilizar e elaborar notações musicais, convencionais ou não.
• Experimentar, selecionar e utilizar instrumentos, materiais sonoros, equipamentos e tecnologias disponíveis.
• Traduzir realidades interiores e emocionais por meio da música.
• Improvisar e criar peças musicais, utilizando os elementos dessa linguagem (som, duração, timbre, textura, dinâmica, forma etc.).
• Criar instrumentos com diversos materiais sonoros, assim como usar o canto e o corpo para produzir sons.
• Combinar a criação musical com outras linguagens (trilha sonora para cinema, publicidade e jogos eletrônicos, para dançar e para celebrar).
• Conhecer a riqueza e profusão de ritmos do Brasil e do mundo em diversas épocas.
• Incentivar as crianças e os jovens a participar ativamente como ouvintes, intérpretes, compositores e improvisadores, dentro e fora da sala de aula, em shows, festivais e demais eventos musicais promovidos pela comunidade.
• Interpretar e apreciar músicas de seu ambiente cultural, nacionais e internacionais.
• Saber analisar os usos e as funções da música no cotidiano. Pesquisar e discutir a origem e a transformação dos diferentes estilos musicais, principalmente da música brasileira.
Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/
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