O gosto pela leitura pode começar antes mesmo da alfabetização. É importante que a criança se familiarize com o objeto, mesmo que seja um simples livrinho de pano, destaca a professora da Faculdade de Letras da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Vera Wannmacher Pereira.
Levar o filho a livrarias e deixar que ele escolha o livro que mais chama sua atenção e proporcionar que ele participe de atividades de contação de histórias são outras formas de estimular o hábito da leitura. Para os pequenos, além do manuseio dos livros, é importante que os pais e professores leiam e contem histórias - duas tarefas distintas. "Contar uma história é usar o texto falado, e não lido. É diferente, e as duas coisas são importantes para a criança", afirma a professora.
Neste Dia das Crianças, presentear com livros é uma opção ao mesmo tempo divertida e educativa, e a variedade é grande. Além das dicas listadas a seguir, a professora ressalta que histórias de aventura, que envolvem brincadeiras, temas como amizade ou assuntos atuais são igualmente importantes, pois trabalham aspectos sociais, condição fundamental para a alfabetização. Veja cinco dicas para estimular a leitura:
Quem nunca ouviu a frase "o rato roeu a roupa do rei de Roma"? Esse conjunto de palavras famoso chama-se trava-línguas, também caracterizado pela dificuldade de articulação. Propor à criança o desafio de repetir tais sentenças ajuda a estimular a percepção auditiva, dicção e atenção.
O mesmo ocorre com poemas rimados, em que se trabalha sonoridade e ritmo. Ao mesmo tempo, a criança se diverte. "Tudo isso também desenvolve a fala e já prepara a criança para a escrita", destaca a professora da PUC-RS.
Para a professora Vera Wannmacher Pereira, elementos característicos da poesia como a metáfora e a linguagem plurisignificativa são noções importantes de serem ensinadas aos estudantes que estão em fase de alfabetização porque ajudam a formar o seu imaginário. "Temos ótimos poetas infantis no Brasil, como Cecília Meireles e José Paulo Paes. Ela é um dos grandes nomes e explora muito a sonoridade, o que é importante para a alfabetização", cita.
A presença de metáforas também é importante para ajudar na alfabetização da criança. Além disso, as fábulas costumam tratar de temas próximos do universo da criança, como a natureza e os animais, que acabam sendo humanizados em muitas histórias, trabalhando também com a ideia de fantasia.
A professora cita como bom exemplo as fábulas de La Fontaine, escritas no estilo do autor grego Esopo, que tratava de comportamentos humanos por meio de personagens animais. Essas histórias também foram reescritas pela autora brasileira Ruth Rocha.
Apostando nos finais felizes, os contos de fadas auxiliam no desenvolvimento afetivo e emocional dos pequenos leitores. "É uma lição de que valores como amor, verdade e bondade sempre vencem. As histórias podem até ter tragédias no meio, mas tendem a acabar bem", diz a professora da PUC-RS.
Histórias como Chapeuzinho Vermelho ou Cinderela, por exemplo, podem ser transpostas da fantasia para a vida real da criança. Os contos mais famosos do mundo são de Charles Perrault. E sabe de onde ele tirou inspiração para escrevê-los? Das histórias que sua mãe lhe contava quando era pequeno.
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